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» » » » » » Os 3 patetas e a arrancada para o Z4
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Fernando Simone, Peter Siemsen e Mário Bittencourt: os 3 patetas tricolores (Montagem: Felippe Garcia)

A cada rodada eu e o Kabessa nos desdobramos para contar o enredo de mais uma derrota do Fluminense de maneira diferente.

Eu me sinto como um avô que reúne os netinhos para contar sempre a mesma história, e a cada nova narrativa inclui novos personagens, muda o tom da oratória, altera o cenário, tudo para conseguir que os pequenos não peguem no sono e aceitem ouvir novamente a mesma fábula.

Eles sabem que o final do conto é sempre o mesmo. Percebem então que a graça da brincadeira é a maneira como se conta.

Só que tem hora que cansa. Este Fluminense das derrotas cansou. Os mesmos rostos que falam e não resolvem, que prometem nova postura a cada rodada e não a apresentam, cansaram. É como o marido que promete que vai parar de beber ou de ser mulherengo, e nunca cumpre a promessa. O que ele diz entra por um ouvido e sai pelo outro. Da mesma forma, as palavras de Enderson, Bittencourt e elenco soam como palavras ao vento.

Nos primeiros 10 minutos de jogo contra o Sport eu já tinha percebido que a vaca iria pro brejo. Estava em campo o mesmo Fluminense desinteressado, postado inteiro atrás da linha da bola, assistindo bovinamente o adversário fazer sua transição para o ataque sem ser incomodado. O esboço de reação visto contra o Coritiba foi uma miragem de deserto. A apatia, o correr para não chegar, o dividir para não ganhar, a recusa para chutar a gol, voltaram a ser o prato servido pela casa.

A nossa sorte é que o time do Sport estava no bagaço e sequer havia treinado, senão teria sido ainda pior. O clube pernambucano também vinha de uma sequência tenebrosa, mas venceu por ter mantido um mínimo de organização tática e lucidez em campo.

O cansaço atinge a todos igualmente no campeonato. Assim como todos convivem, em maior ou menor grau com desfalques. Portanto, refuto desde já desculpas envolvendo o desgaste físico de jogadores e a dificuldade de repetir a escalação. Ainda mais considerando que temos jogado com uma meninada em que os mais velhos têm 22 anos. A preparação física do Fluminense é péssima e não é de hoje. E o Fluminense não possui um time-base consolidado cuja escalação possa ser repetida. Estamos na 25ª rodada e nosso projeto de treinador ainda faz experimentações.

O que foi o Michael jogando por vários minutos como meia centralizado, atrás do Fred? Essa opção bizarra foi treinada durante a semana? Quando termina o jogo, o Enderson justifica a seus superiores essas substituições estapafúrdias? E se explica, os convence? Se convence, ou ele tem o dom da hipnose ou seus superiores são muito burros.

Já fizeram reunião pós-jogo, pacto, já encostaram jogadores, já testaram diferentes formações para o time, e nada. O que restou para ser tentado? Botar a culpa na torcida? Dizer que não reagimos porque não estamos lotando o Maracanã? E vão atrair torcida para o jogo contra o Palmeiras fixando o ingresso mais barato a 50 reais?

O Fluminense acumula agora 9 derrotas em 11 jogos. Pratica o pior futebol da série A.  Não tem uma jogada de bola parada bem ensaiada sequer. O trabalho realizado não apresenta ao menos uma evolução que, à falta de bons resultados, justifique a permanência do treinador.

O próprio treinador, contra o Coritiba, foi ofuscado por Fred, que orientou o time com mais entusiasmo.

O que justifica a permanência de Enderson? Se os nomes disponíveis no mercado são arriscados, nada parece mais arriscado do que manter esse arremedo de técnico. Os outros são dúvida. Ele é certeza de fracasso.

Falar em Cuca, Muricy, não fossem as dificuldades naturais de contratação de nomes top, é projetar o futuro, é falar de 2016 como se 2015 já estivesse resolvido. Não está. Há um curto prazo com uma faca no nosso pescoço exigindo solução. O medíocre Jorginho, treinando o medíocre time do Vasco, já obteve desde que chegou metade do número de vitórias que nós precisamos pra escapar da lama.

O inexpressivo PC Gusmão já obteve 3 vitórias e 4 empates desde que chegou ao Joinville. Não precisa ser técnico de ponta. Qualquer um que consiga mobilizar nossos jogadores por tempo suficiente para obter 4 vitórias já seria uma alternativa que justificaria a demissão de Enderson.

Resolvido o curto prazo, que é escapar do rebaixamento, aí sim é tempo de discutir o Fluminense no macro. Porque o Fluminense, da forma como está organizado, só funciona no curto prazo. Até Muricy ou Cuca seriam fritados no longo prazo, porque a estrutura tricolor é montada para NÃO funcionar.

E por que não funciona? Porque o processo decisório está mais na mão dos jogadores do que dos dirigentes. Porque não funciona consultar Fred, Jean e Gum para tomar decisões importantes e chamá-los para ocuparem vácuos de liderança. Porque não funciona ter na presidência um indivíduo omisso e que delega poderes demais. Um presidente que ora está com a cabeça na Disney, ora está discutindo Liga Rio-Sul-Minas, enquanto o time naufraga no campeonato. Porque não funciona dar o odioso rachão toda véspera de jogo. Porque não funciona confiar um cargo técnico como vice de futebol a um advogado de tribunal desportivo. Porque não funciona submeter a grandeza do Fluminense a um projeto político pessoal.

Em 2013, sob a batuta do mesmo presidente, estávamos com os mesmos 34 pontos, a 7 pontos da zona de rebaixamento. A mesma hesitação em demitir Enderson agora existia em relação a Luxemburgo há dois anos atrás. A cada demissão, a incompetência de quem escolheu mal e teve que se desfazer da própria escolha, fica patente. Como quem assina a contragosto o próprio atestado de incompetência.

Peter, Mário, Simone, peçam ajuda. Não arrastem o Fluminense para o buraco por orgulho. Não sou eu a pessoa qualificada para prestar auxílio. Há tricolores muito mais vividos, com experiência administrativa inclusive, para aconselhar em momentos de crise porque carregam consigo o conhecimento acumulado em acertos e erros pretéritos.

Vocês estão conseguindo desbotar o verde da esperança. Desfaçam a paróquia que criaram e criem um Fluminense da meritocracia. Sem indicação de grupos políticos. Busquem o conhecimento, o currículo, nem que seja fora do Fluminense.

Nem sempre o profissional mais qualificado será uma solução caseira. Amar o Fluminense é trazer gente capacitada, não gente que diz que está puta pra c* e que não oferece solução prática alguma. Porque este está puto pra c* de dia, mas quando consulta as finanças do seu escritório de advocacia à noite, abre um largo sorriso.

O Fluminense paroquial de Peter, Mário e Simone é um Fluminense pequeno. Os interesses manterão os paroquianos presos às tetas tricolores até a morte. Nem série B os farão sossegar. 

TIRO LIVRE:

- Fred, chutar a lata de lixo não altera o placar. Chuta para o gol que você ajuda mais. 


Por Bruno Leonardo







Autor: Bruno Leonardo

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