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Enderson Moreira tem encontrado dificuldade para reconduzir o Fluminense ás vitórias (Foto: André Durão/glbooesporte.com)

Eu vou poupar o amigo leitor o máximo possível de análises táticas.

Até porque elas não dão conta de explicar totalmente por que perdemos para o Corinthians. Não se trata apenas de uma derrota para um esquema tático melhor ou um time superior.

O Fluminense já entrou em campo derrotado. Aliás, tem sido assim nas últimas rodadas. De tão mal treinado, mal escalado, mal substituído e mal comandado, o Fluminense vai passar perrengue contra qualquer time da série A.

Perdemos para o líder (Corinthians), para o lanterna (Vasco), para times de meio de tabela (Inter, Chapecoense), times de qualquer perfil.

E ontem o péssimo trabalho de Enderson perdeu seu último argumento de defesa: os desfalques.

O Corinthians de Tite sofreu um mini-desmonte após a Libertadores: perdeu sua dupla de ataque titular (Guerrero e Sheik) para o Flamengo, o lateral esquerdo Fábio Santos, o volante Petros e o atacante Lodeiro. Com o que sobrou, Tite conduziu a equipe à liderança do campeonato.

Ontem, contra o Fluminense, o que restou do Corinthians ainda contava com 5 desfalques de linha, ou seja, meio time: Bruno Rodrigo, Elias, Renato Augusto, Uendel e Felipe. Metade da defesa corintiana e quase todo seu meio de campo titular não atuaram.

E mesmo assim o que se viu foi um time que, embora desprovido de um futebol brilhante, mostrou movimentação, aproximação entre os jogadores, tabelas, velocidade, compactação defensiva, etc. Do outro lado, o Fluminense era um bando, sem qualquer organização tática. No Corinthians, os reservas estão aptos a entrar e jogar em ritmo de competição. Até o veterano Danilo, com 36 anos, é mais participativo e demonstra melhor estágio físico do que Cícero com 31, ou Ronaldinho, com 35.

No Fluminense os reservas comprometem o time. Antônio Carlos e Henrique eram duas baratas tontas incapazes de dar um bote certo e roubar uma bola ou mesmo bloquear um chute. Renato foi de uma absoluta indigência técnica, e com um agravante: por várias vezes não voltava para recompor a defesa, abandonando irresponsavelmente seu setor. Vinicius, apesar de mais lúcido que os demais citados, está visivelmente acima do peso.

No Corinthians, se o lateral Uendel não pode jogar, Tite lança Guilherme Arana, de apenas 18 anos, para atuar. No Fluminense, Enderson manda subir Ayrton, de 19 anos, para o profissional e não o utiliza. Prefere improvisar o medíocre Victor Oliveira, um zagueiro, que mesmo plantado na defesa consegue tomar bola nas costas. Ou então desloca o melhor meia do time, Gustavo Scarpa, para a função, e perde dinamismo e qualidade na criação.

Se Enderson não utiliza Ayrton sob o pretexto de não queimar o garoto, deveria explicar por que prefere botar Scarpa na fogueira, colocando-o para jogar numa posição que não é a sua, e para a qual demonstra ainda dificuldades na leitura defensiva.

É interessante ver como a inépcia de Enderson para escalar faz uma tabela perfeita com os equívocos no planejamento de elenco feito pela dupla Mário Bittencourt e Fernando Simone. Para a reserva de Giovanni, trouxeram o quarto reserva do Cruzeiro e cederam Ronan para o Porto. Ronan pode não ser uma sumidade da lateral esquerda, mas em comparação com Victor Oliveira e Breno Lopes, seria muito mais útil.

Para a zaga, trouxeram o decadente Antônio Carlos e mantiveram Henrique, o zagueiro mais lento que já vi atuar pelo Fluminense. Trouxeram também os inclassificáveis Victor Oliveira e João Felipe. Emprestaram Elivélton e Wellington Carvalho que, ainda que apresentem ressalvas na parte técnica, ao menos baixariam a média de idade da zaga do Fluminense e agregariam velocidade.

Para o ataque contrataram um velocista com um notório histórico de lesões  como Osvaldo. Quando este se encontra no departamento médico, Enderson precisa lançar mão de Lucas Gomes, um jogador que não faz a mais remota ideia de como se conclui a gol. O Fluminense preferiu emprestar Biro-Biro à Ponte Preta para “ganhar rodagem”, o que sugeria que para seu lugar chegaria um jogador mais tarimbado e qualificado. Mas qual nada. Foram catar no Icasa um atacante cujos números pela série B não eram nada impressionantes.

Perguntem-se se em todas estas trocas o Fluminense saiu ganhando ou perdendo. Não tenho dúvidas que houve decréscimo físico e técnico.

A desculpa corrente até então para estas escolhas bisonhas era o orçamento restrito, situação imposta pela saída da antiga patrocinadora, a Unimed.

Aí vieram as vendas de Kenedy e de Gerson para a Europa e o Fluminense rapidamente passou a ter alguma capacidade de investimento. Com as lacunas observadas no elenco, em especial laterais, volantes e zagueiros, o Fluminense em vez de ir ao mercado para trazer 2 ou 3 jovens valores que pudessem minimizar suas carências, foi torrar seus recursos com Ronaldinho Gaúcho, para “alavancar o marketing”. Sua chegada coincidiu com a queda vertiginosa de competitividade da equipe.

Para completar o festival de equívocos, decidiram manter no elenco por mais um semestre um jogador vendido, e que ontem mais uma vez demonstrou estar desprovido de foco e motivação para atuar pelo Fluminense. Gerson formou com Cícero uma dupla de meio de campo dispersa, desinteressada do jogo, em que a maioria das jogadas ficam sem sequência.

Com todo este pacote, um outro fator tem contribuído decisivamente para a queda de desempenho do Fluminense: a curva descendente em que mergulharam Jean, e especialmente Edson. O primeiro gol foi a ilustração mais cabal disso. Os dois batem cabeça numa sobra de bola e Jean liga o contra-ataque corintiano num passe errado. Na conclusão da jogada, Marciel dá um come humilhante em Edson e fica com o gol aberto para chutar.

Se o Flu é um corredor cambaleante, a arbitragem completa o serviço e corta as pernas. O gol pessimamente anulado de Cícero veio em um momento no qual, aos trancos e barrancos, o Fluminense conseguia impor algum domínio sobre o adversário. Com o gol validado, o panorama emocional da partida seria outro. O resultado final, uma incógnita. Mas a interferência do apito foi cirúrgica e grosseira, sem direito a ponto eletrônico e voz misteriosa para reverter a decisão.

No front midiático, distorções canalhas de um passado recente. A última rodada do Brasileirão de 2013 pôs na berlinda dois clubes que escalaram jogadores suspensos, infração pela qual foram julgados pelo STJD e condenados com perda de pontos. Para os calhordas, no entanto, o vilão da história é o Fluminense, razão pela ele deve passar o resto da vida proibido de reclamar de erros de arbitragem, numa pena sem prescrição. Quando este discurso é evocado por torcedores rivais, você ainda entende. Quando é evocado por jornalistas tarimbados, alguns até editores de grandes veículos, perde-se toda a esperança. E novamente, nas redes sociais, vimos ontem à noite esse triste espetáculo.

Por fim, um questionamento ao presidente Peter, que também remete ao fatídico ano de 2013. Por conta de 5 derrotas seguidas, Abel Braga, um técnico campeão brasileiro, da Libertadores e mundial, foi demitido. Com um currículo incomparavelmente mais pobre, Enderson Moreira é mantido no cargo, mesmo acumulando 7 derrotas nos últimos 9 jogos. E seu vice de futebol ainda considera uma “covardia” demitir o treineiro agora. O que fizeram com Abel então tem qual nome?

Presidente, você utiliza algum critério para administrar o Fluminense?

TIRO LIVRE:

A competência que falta no comando do futebol profissional parece não ter contaminado o trabalho realizado em Xerém. O título brasileiro obtido pela molecada do sub-20 foi incontestável, com direito a exibição de gala na 2º partida da final, disputada no Barradão. A campanha invicta, com 10 vitórias e apenas dois empates, revelou um time talentoso, bem organizado taticamente e com ótimos valores individuais em todas as posições. Jogadores como o zagueiro Ygor Nogueira, o volante Douglas, o lateral Léo Pelé, o meia Danielzinho e o atacante Matheus Pato, demonstram qualidade para brilhar em breve no profissional, com toda a paciência e cautela que se recomenda com jogadores tão jovens.

 O reconhecimento ao trabalho empreendido pelos profissionais de Xerém também precisa ser feito, especialmente ao técnico Luiz Felipe Santos. Que Xerém seja doravante muito mais do que o preenchimento de lacunas no elenco profissional. Tem que ser o ponto de partida de uma filosofia tricolor de se jogar futebol. E parece que essa preocupação tem existido!

 Por Bruno Leonardo









Autor: Bruno Leonardo

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1 comentários

  1. Rapaz, análise de qualidade insofismável. Fez um diagnóstico completo. Acho que não faltou nada. Só uma correçãozinha. O Ronan foi para o Porto, provavelmente para pagar parte ou totalidade dos 25% do Waltinho. E eu não duvido que Denilson também faça parte do pagamento. É para se atirar do vão central da ponte, não é não?

    Abração e parabéns pela coluna!

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