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Osvaldo disputa bola com Lucas Lima na derrota tricolor para o Santos (Imagem: Nelson Perez/ Divulgação FFC) |
Eu nem vou me
alongar explicando ao leitor a presepada que é entrar em campo com Victor
Oliveira em uma lateral e Higor Leite na outra, tendo um lateral de ofício no
banco (Ayrton) e Jean à disposição.
Presepada
ainda maior foi a tentativa de consertar a escalação do Victor Oliveira,
completamente perdido em campo. Baptista sacou Oliveira, deslocou Higor para a lateral
esquerda, jogou Jean pra lateral direita e recuou o Gerson para 2º volante, enquanto
Robert entrava para armar no lugar do Gerson.
Quatro alterações
simultâneas para consertar um erro inicial, que foi escalar um jogador que
sequer consegue ser um zagueiro decente e que na melhor das hipóteses vai ser
um mero rebatedor de bolas onde for colocado para jogar.
Ontem Eduardo
Baptista fez coisas que deixariam Cristóvão Borges constrangido, perplexo. Mas
sinceramente, o papo de hoje não é nem com o Eduardo ou com o time, não.
É com parte
da torcida do Fluminense. É só um papo, eu não quero empurrar minhas ideias goela
abaixo. Não sou dono da verdade. Sou apenas portador de uma opinião.
Vi gente nas
redes sociais gente dizendo que “estava dentro do planejamento perder na Vila
Belmiro”, que o “time do Fluminense estava muito desfalcado e que seria normal
perder para o ótimo time do Santos”. Que “Eduardo Baptista ainda está
conhecendo o grupo”. Ou que “o time sentiu o desgaste da batalha de quarta”.
Estamos
banalizando as derrotas e ficando escolados em produzir desculpas. São apenas 4
pontos conquistados nos últimos 30 disputados, campanha aceitável para uma Ferroviária de
Araraquara, mas isso parece não causar incômodo entre alguns tricolores. Bastou
uma classificação dramática contra o Grêmio, obtida com sufoco, em que uma
derrota também seria um resultado normal, para nosso padrão de exigência ficar
adormecido.
O Fluminense
planeja perder algum jogo? Perder é do jogo, mas perder sem oferecer qualquer
incômodo ao Santos é do jogo? Entrar em campo como se a derrota fosse um fato
consumado e por conta disso jogar na base do “tanto faz” é do jogo? Ver Jean e
Higor Leite batendo faltas bisonhamente, carimbando barreiras ou desferindo petelecos
que viram recuos de bola ao goleiro adversário, está dentro de um padrão
adequado para o Fluminense? Por falar em recuo de bola ao goleiro, o recuo de
Marlon para Cavalieri não foi um recuo na fogueira, foi inabilidade do nosso
goleiro com os pés mesmo, em que pese ter duzentos anos de carreira. Mas isso
também é normal, porque afinal de contas "Cavalieri tem crédito".
Todo time ruim tem ao menos um batedor de falta ou uma bola parada bem treinada para tentar compensar o desequilíbrio técnico. Outro o dia o Vasco venceu a mulambada com gol de falta de Rodrigo. O Flamengo abriu o placar contra o Joinville ontem com gol de falta de Airton. Quem são Rodrigo e Airton na fila do pão? São apenas dois perebas que treinam faltas. Por que considerar aceitável que jogadores de futebol profissionais do Fluminense batam falta tão mal ou treinem este fundamento tão pouco?
Todo time ruim tem ao menos um batedor de falta ou uma bola parada bem treinada para tentar compensar o desequilíbrio técnico. Outro o dia o Vasco venceu a mulambada com gol de falta de Rodrigo. O Flamengo abriu o placar contra o Joinville ontem com gol de falta de Airton. Quem são Rodrigo e Airton na fila do pão? São apenas dois perebas que treinam faltas. Por que considerar aceitável que jogadores de futebol profissionais do Fluminense batam falta tão mal ou treinem este fundamento tão pouco?
E pior, se o
Fluminense entra como “zebra” em um jogo, parece que para parte da torcida está
liberado jogar à moda caralho, com escalação bisonha, pixotada de goleiro,
marcação frouxa, cobranças de bola parada esdrúxulas, falta de agressividade no
ataque, Wellington Paulista em campo até o apito final, etc.
Por se tratar
de uma derrota previsível, está liberado tomar dois gols em dez minutos e ficar
com a sensação de que só não sofremos um massacre porque o Santos tirou o pé do
acelerador e resolveu jogar só no erro do Fluminense? O mesmo Santos que jogou na
quinta-feira pela Copa do Brasil, teve um dia a menos de recuperação e para quem
o cansaço não foi desculpa?
Jura que tá
bom assim, gente? Tudo por conta de uma possibilidade teórica, não
concretizada, de conquistar a Copa do Brasil? Porque se for para esperar da
minha torcida esse poço de conformismo então eu não sou um interlocutor
adequado. Sou um péla-saco que traz insatisfação para quem só vê motivos para
contentamento ou resignação. Estou escrevendo para a torcida errada.
O que acho
mais sórdido é ver gente rotulando qualquer crítico desta gestão como
“oposição”. No afã de denunciar uma suposta politização do debate, estes acabam sendo os primeiros a
politizá-lo, porque enxergam oposicionismo onde muitas das vezes existe só uma discussão sobre gestão do futebol. E não custa avisar que quem com rótulo
fere, com rótulo será ferido. Se você sapeca "oposição" na testa de alguém, pode
ganhar um “situação” na testa de volta. Ou “torcedor chapa-branca”,
“Peterzete”, “baba-ovo da gestão”. Escolha o rótulo que melhor atenda ao seu gosto.
Mas sugiro que abandone esse papo, porque o debate fica infantilizado e todos
perdem com isso.
Não estou
aqui pregando o caos ou a divisão. Nem dizendo que escolhi não acreditar. Dia
14 estarei lá no Maracanã torcendo para enfiarmos uma naba no rabo do São
Paulo. Já reservei passagem e hotel para ver o Flu no Mineirão contra o
Cruzeiro no domingo seguinte, dia 18. Acredito que vamos escapar do
rebaixamento e que vamos dar trabalho ao Palmeiras na Copa do Brasil.
É que tenho
muita clareza do quão grande o Fluminense é para achar tudo isso aceitável.
Terminar o ano aliviado por não ter sido rebaixado é uma condição muito
medíocre para o Tricolor das Laranjeiras, sobretudo se considerarmos que este
elenco, mesmo com dificuldade, já brigou na parte de cima da tabela.
Não discordo
de quem prega serenidade nesta reta final. Mas foi abusando da serenidade e das
desculpas que assistimos placidamente Enderson acumular 11 derrotas das 14 que
colecionamos no campeonato. Tem que hora que a indignação tem que ter sua cota
de influência nas decisões. Serenidade demais vira passividade bovina.
Por fim, em
nome da transparência, o clube precisa explicar por que Edson e Vinicius,
portadores de algumas dos melhores estatísticas do time (alô turma do scout!), estão sendo preteridos
enquanto Wellington Paulista transborda inaptidâo para jogar futebol e é sempre relacionado ( porque abraça as pessoas certas?). Enquanto Osvaldo
desfila inutilidade em campo. Ontem, Pierre, tido como um cão de guarda, roubou
apenas uma bola. Edson nos seus piores dias marca mais.
Tamanha falta
de lógica nos critérios significa tratar o torcedor tricolor como otário.
Merecemos respeito.
Chega!
Por Bruno Leonardo
WELLINGTON PAULISTA NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÕ!!!!!
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