Mesmo em empate sem gols, evolução tática do Flu é notória

Dois dos melhores em campo, Pierre e Edson (Foto: Bruno Haddad/Fluminense FC)

É muito claro que o Fluminense evoluiu desde a chegada de Enderson Moreira. Até aqui, foram 5 vitórias, 3 empates e apenas uma derrota. Neste domingo (05), contra o São Paulo, o treinador precisou mudar formação e estratégia de última hora, já que Wagner pediu para não jogar, e deve sair do clube. A proposta de jogo foi boa, porém faltou mais vontade de vencer. Pela grandeza do confronto, o placar zerado no Morumbi não foi ruim e o Tricolor original segue no G-4.

Voltando de suspensão, Gum entrou no lugar de Marlon no time titular. Wagner deu lugar a Gerson

Com Pierre entrando na vaga de Wagner, a proposta era de contra-ataque, já que tinha Marcos Junior e Gerson saindo pelos lados. A responsabilidade de ir para o ataque ficou com a equipe paulista. Nos 10 minutos iniciais, o tricolor paulista fez pressão com bolas aéreas, não teve sucesso em nenhuma. A partir daí o Fluminense se impôs e chegou a chutar a gol. Mais equilibrado, o jogo passou a ter chances dos dois lados.

Quando a bola estava com o adversário, era formada uma linha de quatro defensores e os três volantes congestionavam o meio. Gerson  e Marcos Junior tinham a missão de acompanhar os laterais e depois, partir para o contra-ataque. Fred ficava centralizado.

Com esse posicionamento que quase saiu um gol. Rafael Toloi, zagueiro são-paulino, carregava a bola pelo meio e escorregou. Atento, Pierre puxou o contra-ataque lançando Marcos Jr. O baixinho deu lindo passe para Gerson que desperdiçou a chance. O garoto preferiu puxar para a perna esquerda e foi engolido pelo zagueiro. Pênalti claro, OK. Mas deveria ter chutado antes. O Fluminense saiu prejudicado duas vezes neste lance.

No decorrer do segundo tempo, Lucas e Higor entraram nos lugares de Gerson e Marcos Jr., respectivamente. Giovanni tomou um tostão de Ganso, sem bola, e teve que sair para a entrada de Gustavo Scarpa, improvisado.

Assim terminou o Flu. Gerson saiu aos 20 do segundo tempo. Giovanni e Marcos Junior sentiram lesões, mas não devem ser preocupações para o próximo jogo

Higor esteve no jogo por apenas 12 minutos, mas se saiu bem. Chamou a responsabilidade de armação e das bolas paradas. Num ótimo cruzamento, encontrou Lucas Gomes livre na segunda trave, porém o atacante não pegou bem na bola. Lucas merece reconhecimento também. Nos últimos três jogos entrou bem. Fez o cruzamento do gol da vitória sobre o Goiás (no dia 28) e fez o da vitória sobre o Santos, pela 10ª rodada.

Na coletiva pós-jogo, Enderson falou sobre a compactação do time, quando joga fora de casa. A compactação, porém, só acontece na defesa. Nos momentos que o Flu conseguiu trocar passes no ataque (excluindo os contra-ataques), o time não era tão compacto e acabava dando chutes na hora errada. Foi o que aconteceu no primeiro tempo com Edson e Jean. E essa falta de aproximação atrapalha Fred, que precisa buscar a bola no meio-campo e, sem velocidade, não consegue chegar no ataque para finalizar. Esse estilo de jogo deveria ser adotado contra o São Paulo, já que Ganso, Luis Fabiano e Pato não voltam para marcar.

Mesmo não tomando gol, foi possível ver algumas falhas defensivas, isoladas. Wellington Silva subiu atrasado numa bola em que Alexandre Pato quase marcou de cabeça. Já na segunda etapa, o mesmo lateral foi tirar o perigo da área e furou bisonhamente o chute. Por sorte, Paulo Henrique Ganso não soube cabecear bem ao gol. Aos 32, num escanteio, Diego Cavalieri saiu mal, a bola passou e sobrou para Rodrigo Caio, que cabeceou no travessão.

A ausência de Vinícius foi sentida, e pode ser uma das explicações para a falta dessa aproximação. Jogando em casa, na próxima rodada, a postura deve ser diferente, mais ofensiva. Edson está suspenso e o treinador terá como opção os três suplentes que entraram na partida deste domingo. Caso Enderson prefira Lucas Gomes, Gerson jogará centralizado.

Do início do campeonato pra cá, perdemos Kenedy e deve ser confirmada a saída de Wagner nesta semana. Ainda há indefinição com Gerson. Há especulações na Itália e na Inglaterra de que, além de Juve e Barça, clubes ingleses estão interessados no camisa 30. Marcos Junior, após dois anos de idas e vindas, aparece bem e espero que siga evoluindo, com a cabeça no lugar e muita alegria nas pernas.

Em meio a indefinições, Scarpa deu assistência para gol (de Lucas Gomes, já citado) e Higor voltou a ganhar espaço no clube. Enderson mostra confiança nos jogadores, que brigarão por espaço, enquanto Vinícius se recupera de lesão no pé.

Extras

- Para quem acompanha o time jogo a jogo, é visível que Diego Cavalieri precisa melhorar seu desempenho com os pés. Porém, não é apenas culpa dele que toda bola recuada é seguida de um chutão. Quando a bola é recuada para o goleiro, os zagueiros devem se posicionar para receber de volta. Um aberto num lado, e outro mais fechado, dependendo do lado em que a bola está. Evitando que o arqueiro rife a bola.

- Surpreendente a atuação de Giovanni defensivamente. Poupo o jogador da corneta, pois tinha que segurar dois jogadores velozes naquele lado. Taticamente foi importante, dava mais liberdade para Wellington Silva atacar.

- Excelente atuação de Pierre também. Quando o camisa 5 chegou, vi muitos torcedores o cornetando, falando que não tem boa saída de bola. Até o momento, vi o volante dando passes redondos, e um deles foi o que puxou o contra-ataque que resultou no gol perdido por Gerson. Para lembrar da bela partida que fez, saiu tatuado no peito, com marcas da chuteira de Thiago Mendes. Para quem reclamava da falta de jogadores com sangue nos olhos, ter Pierre e Edson no mesmo time é como um sonho.

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O Fluminense está em 4º no Brasileirão, tem 21 pontos e, para seguir no G-4 e brigar pela liderança precisará de nós, torcedores. Na próxima quinta-feira (09), enfrentaremos o atual bicampeão Cruzeiro, às 21h no Maracanã. É nosso dever comparecer ao estádio, que é nossa casa. A venda de ingressos para o público geral já está aberta. Confira as informações clicando aqui.