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Rogério Ceni e Gerson se levantam após lance em que promessa tricolor é derrubada na área (Foto: Miguel Schincariol/ Getty Images)

Amigos, impossível para este cronista olhar para o empate entre Fluminense e São Paulo e não recorrer à metáfora do copo meio cheio, meio vazio. Como todos sabem, esta metáfora se aplica àquelas situações em que tanto a satisfação quanto a frustração não atingem a plenitude. Nestas ocasiões, os otimistas preferem enxergar o copo meio cheio, enquanto os pessimistas só visualizam a metade vazia do copo. E nenhum outro resultado no futebol se presta tanto a dividir opiniões quanto um empate, ainda mais nas circunstâncias em que o de ontem transcorreu.

Eu bebi esse copo, e vou começar pela parte que matou parcialmente a minha sede.

Vejo o copo meio cheio quando considero que obtivemos um empate contra um gigante do futebol brasileiro, jogando em seus domínios, e tendo que buscar a vitória a todo custo para espantar sua crise.

Vejo o copo meio cheio quando considero que jogamos com o que sobrou do meio de campo, após a lesão de Vinicius e o pedido de Wagner para não atuar, como se o fato de ser disputado pelo mercado deixasse alguém sem condições emocionais de jogar.

O copo permanece preenchido pela metade quando pondero que conseguimos pontuar mesmo sendo novamente garfados por uma arbitragem caseira, que deixou de assinalar pênalti em Gerson e de aplicar 3 cartões vermelhos: um pelo empurrão em Gerson no lance do pênalti, em situação de clara e manifesta chance de gol, outro pela entrada criminosa de Edson Silva em Wellington Silva e outro num lance ocorrido já no fim da partida, em pisão de Thiago Mendes sobre Pierre durante uma dividida de bola.

Continuo vendo a parte líquida do copo quando me dou conta que mesmo atuando sem Marlon, relacionado para o banco, a dupla de zaga formada por Gum e Antônio Carlos, em tese mais lenta e pesada, manteve o bom desempenho defensivo. Sob o comando de Enderson, o Flu acumula apenas 6 gols sofridos em 9 jogos.

Para concluir a relação dos aspectos positivos, foi bom constatar que Cavalieri está voltando à grande forma, com mais uma atuação segura e defesas importantes. A rigor, registrou-se uma única falha, em saída errada do gol que gerou uma cabeçada na trave de Rodrigo Caio. Além da boa atuação do nosso arqueiro, Pierre fez sua melhor partida com a camisa tricolor e Higor, em que pese ter jogado pouco mais de 10 minutos, mostrou qualidade no passe e capacidade de distribuir o jogo. Precisamos ver durante os 90 minutos.

Como nem tudo na vida são flores, é preciso falar da parte seca do copo.

Vejo o copo meio vazio quando relembro que Enderson optou em demasia pela cautela, jogando com 3 volantes, sabendo que o adversário é um time sem homem de velocidade, que sabe atuar com a posse da bola, mas não tem no contra-ataque rápido sua maior virtude.

Vejo o copo meio vazio quando percebo que Enderson abriu mão de testar jovens meias do elenco como Gustavo Scarpa e Higor desde o início, para deixar à criação do titubeante Gerson. Com um agravante: nosso técnico sequer experimentou posicionar Gerson centralizado, onde, na opinião de alguns confrades, ele se sentiria mais à vontade. A jovem promessa de Xerém permaneceu espetado na ponta-direita e foi justamente ali que ele recebeu a bola do jogo, mas dependeu do pé ruim para chutar cruzado. Demorou tanto para concluir que foi derrubado e o jogo seguiu.

Percebo que deixamos de encher completamente o copo pela falta de ambição. Jogar com 9 ou 10 atrás da linha da bola e atraindo para o seu campo um time que tem Michel Bastos, Ganso, Pato e Luís Fabiano é correr muito risco para conquistar um mísero ponto. Estivemos o tempo todo sob a ameaça de ver a estratégia ruir num lance de habilidade de um desses jogadores. Ainda mais com nosso melhor marcador, o Edson, jogando desde o início com um cartão amarelo, correndo atrás dos caras o tempo todo e correndo o risco de ser expulso.

Como não existe estratégia isenta de riscos no futebol e na vida, eu preferia ver o Fluminense correr riscos para obter os 3 pontos. Nas poucas vezes que fomos ao ataque, incomodamos o sistema defensivo do São Paulo. Ficou a sensação de que com um pouco mais de ousadia e acerto na escalação/esquema tático o esquadrão tricolor poderia ter “cometido o crime”. Enderson preferiu deixar o medo prevalecer sobre a esperança. A falta de ambição fica mais evidente quando constatamos que alguns de nossos concorrentes diretos, como Grêmio e Atlético-MG, obtiveram vitórias fora de casa contra Santos e Internacional, respectivamente. E vejam bem, o Grêmio compartilha conosco o mesmo diagnóstico de um elenco curto em opções de qualidade.

Entendo que se o Fluminense deseja permanecer no G4 precisa estar sempre com o copo mais cheio do que vazio. Se quiser disputar o título então, deverá ter seu copo completamente cheio, sem ficar regulando a quantidade de água na moringa. O empate contra o escrete são-paulino é excelente para quem se contenta com o discurso de que “estamos indo mais longe do que imaginávamos chegar sem a Unimed”. É frustrante, no entanto, para quem percebe que mesmo com todas as dificuldades, o cenário permite sonhos mais altos. À exceção do Atlético-MG, o único time que joga fácil neste campeonato, o resto é realmente japonês. Não faz sentido o Fluminense abdicar de jogar com mais ousadia num campeonato em que 80% de vontade e 20% de talento estão sendo suficientes para brigar na frente.

Não há nada mais sintomático do que este Fluminense que se contenta em contrariar os prognósticos mais pessimistas do que ver o presidente do clube aparecer no Twitter comemorando um empate. É assim, comemorando pequenos feitos, se desfazendo de jogadores sem repor em qualidade e quantidade, que nós corremos o risco de acumular 3 anos sem títulos.

E para você, torcedor tricolor, como está o copo?


TIRO LIVRE:

- Hoje completa um ano que Assis partiu do mundo físico para viver na dimensão dos ídolos eternos. A ele mais do que nosso obrigado, dirigimos o nosso amor. Assis é daqueles que carregavam o Fluminense sempre consigo, tanto na memória quanto num singelo pingente de cordão. Era inconcebível imaginá-lo pedindo dispensa de um jogo importante para negociar transferência.

- Não é de hoje que a janela internacional de transferência faz um estrago no campeonato brasileiro. A crise financeira no futebol tupiniquim chegou a tal ponto que até com o México estamos tendo dificuldade de competir. Só faltou alguém avisar à diretoria do Fluminense, porque, ao que tudo indica, ela não se preparou para este momento. Vamos lembrar que antes da lesão, a venda do Vinicius para o Al Shabab era vista com bons olhos nas Laranjeiras. Agora é Wagner que está negociando sua transferência para o exterior. Se a escassez de opções no meio de campo já era evidente, agora ela beira o dramático.

 - Mas ao que tudo indica, a prioridade é a aquisição de um centroavante do quilate de Wellington Paulista, que nem de decadente pode ser chamado, porque jamais teve um auge. Outra urgência detectada nas Laranjeiras é de um atacante de velocidade. Osvaldo vem aí, só faltam os exames médicos. Resta saber quem vai lançar para ambos. E fica a pergunta: se Magno Alves não é a opção imediata nem para a reserva do Fred nem para a função de atacante de lado, foi contratado para ser o quê? Terceira opção? Se for, é uma terceira opção cara, não acham?

- A arbitragem de Fluminense x Cruzeiro ficará a cargo de Héber Roberto Lopes. Nem preciso me alongar falando sobre este soprador de apito padrão FIFA. Ou a diretoria se mobiliza agora, ou vai ficar chorando sobre o leite derramado depois. Aliás, nem isso ela tem feito. Resigna-se em ver o Fluminense ser roubado.

Contra o Cruzeiro, precisamos comparecer em cheio e fazer de nossa torcida um elemento de desequilíbrio. Dentro de campo as dificuldades estão postas. De uma hora para outra, Enderson terá que se virar sem Edson (suspenso), Wagner e Vinicius no setor mais sensível de uma equipe, que é o meio de campo. Tricolor, esta vitória vai ter que ser arrancada na unha. Larga o pay-per-view pra lá. Tá arriscado a ter que aguentar comentários do Edinho.

Por Bruno Leonardo


Autor: Bruno Leonardo

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