— Boa tarde, amigo, me vê o cardápio, por favor?
— Perfeitamente, senhor, seja bem-vindo ao Restaurante Urubu Fiel.
— Obrigado. Vocês têm prato executivo? Não encontrei.
— Temos, mas na verdade nosso esquema é diferenciado,
senhor. Adotamos uma cobrança global.
— Eu estou reparando aqui. Como é que é isso? Entendi nada.
— É que o prato executivo não tem um preço só. Estipulamos um
método de cotas para cada coisa do prato.
— Cotas?
— Isso, tipo um fatiamento. Você pede por exemplo um filé com arroz e fritas. O
filé tem um preço, o arroz tem outro e as fritas também. Aí a gente soma no
final.
— Mas o prato executivo é um só! Não faz sentido, assim fica
mais caro, pelo que estou vendo aqui.
— O patrão que resolveu fazer dessa forma. O seu Marinho disse que dá pra
cobrar (e ganhar) mais pelo filé, que o pessoal pede muito.
— E agora aumentou o movimento assim?
— Não, diminuiu até. Os clientes estão se revoltando, o povo não é bobo.
— Claro, não tem lógica cobrar separado. Avisa ao seu chefe lá, o seu Marinho não sei das quantas, que o prato é um só!
— A gente já falou, mas paciência. Bem, o senhor vai fazer algum
pedido?
— Vou, né? Já estou aqui mesmo. Melhor almoçar do que ir
treinar. Ou perder tempo em casa vendo TV.
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