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» » » » » » Vitória para antecipar 2016 e enterrar 2015
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Jogadores comemoram gol de Gum, que abriu o placar na vitória diante do Avaí (Imagem: Bruno Haddad/Divulgação FFC)

Eduardo Baptista foi a campo com uma escalação a princípio estranha. Wellington Silva novamente improvisado na esquerda. Higor Leite na direita. Pierre e Jean fazendo a dupla de volantes. Cícero centralizado, jogando na linha de 3 meias.

Embora tenha se mostrado não muito funcional ao longo da partida, a escalação tinha sua razão de ser. O Avaí é uma das equipes mais fracas do campeonato (a meu ver só é melhor que o Joinville), mas tem no seu lado direito sua maior virtude. O lateral Nino Paraíba faz o estilo lateral ultra-ofensivo, à semelhança de Apodi, da Chapecoense. Suas subidas ao ataque recebem sempre o apoio do atacante Anderson Lopes.

Seria um tanto temerário escalar o garoto Ayrton, ainda com visíveis dificuldades defensivas, para guarnecer o setor. Giovanni e Léo Pelé estão retornando de suas respectivas lesões. Breno Lopes é abaixo da crítica. Fazia algum sentido optar por Wellington Silva. Das opções possíveis para a lateral esquerda, era a mais consistente, pelo menos defensivamente.

Na lateral direita, Jonathan, opção mais natural, foi poupado em função de dores musculares. Renato, assim como Breno Lopes, não pode ser considerado opção decente (dá-lhe scout!). Sobrava Jean, recém-recuperado de dores musculares em ambas as coxas (dá-lhe preparação física) e avesso à ideia de jogar de lateral. Não seria agora que toparia (no Flu, jogador escolhe onde atua). Sobrou mesmo Higor Leite.

No comando de meio de campo, tínhamos Gerson suspenso e Vinicius sob licença (remunerada) para encaminhar sua saída do Fluminense. Restava escalar Robert, em baixa no elenco, ou adiantar Cícero. Baptista ficou com a última opção.

O Fluminense mudou as peças, mas não a forma de jogar. Estranhamente coube a Pierre e não a Jean a tarefa de iniciar a saída de bola junto aos zagueiros. E esse foi um erro fundamental.

O Fluminense joga espaçado no seu 4-2-3-1: três jogadores (dois zagueiros e um volante) iniciam a saída de bola, enquanto os laterais avançam. O outro volante agrupa com os 3 da saída de bola para dar opção de passe, mas a linha seguinte, dos 3 meias por trás do Fred, não retorna para agrupar, deixando um vão na intermediária. Os laterais dobram a ocupação dos lados com os meias abertos (Scarpa, Marcos Jr.), em vez de darem opção por dentro, isolando o cara da articulação (Cícero).

Se isso já dificulta o trabalho de quem tem que dar a saída de bola, imagina quando o cara da saída de bola é Pierre e não o Cícero, que sabe achar os homens de frente com passe vertical, enquanto Pierre dá voltas, ou faz o trivial, recuando ou abrindo no lateral.

Com esse estilo de jogo engessado, o resultado é que terminamos o primeiro tempo com 67% de posse de bola e 3 míseras finalizações. Sem escape, o gol só poderia sair de bola parada. E saiu, em bela antecipação de Gum, cabeceando no cantinho. Que fique devidamente registradas as boas atuações de Gum nas duas últimas partidas, pondo em prática o que sabe fazer de melhor: ser um eficiente rebatedor de bolas.

O gol obrigou o Avaí, ameaçado de rebaixamento, a sair de trás e buscar o resultado, mas isso só foi ocorrer de maneira mais efetiva no final da primeira etapa. A tendência manteve-se no 2º tempo e o Fluminense foi inexplicavelmente recuando e aceitando a pressão. Com um agravante: demonstrou dificuldade de jogar atrás e encaixar a marcação. Batemos cabeça.

Andamos no fio da navalha durante os 25 primeiros minutos do 2º tempo e parecia que o empate se anunciava. Nos momentos em que fomos pressionados, uma figura se destacou: Wellington Silva. Venceu disputas de bola com Nino Paraíba, interceptou passes que visavam jogadas em suas costas, e até evitou gol cobrindo cruzamento no 2º pau. Defensivamente uma atuação muito consistente. Ofensivamente, ficou limitado por jogar em lado trocado.

Neste momento do jogo, Eduardo Baptista produziu um acerto. Retirou Jean, pôs Osvaldo e reconduziu Cícero, que se encontrava apagado, à função de 2º volante, onde seu futebol realmente aparece. Mudou o desenho para um 4-4-2, tendo em Osvaldo um 2º atacante móvel para jogar pelos 2 lados. Vale registrar também a inversão de lado entre Scarpa e Marcos Júnior, que fez melhorar um pouco o futebol do primeiro, mais desgastado fisicamente e desobrigado de auxiliar WS na função de acompanhar a dupla Nino-Anderson.

O Fluminense retomava assim o domínio do meio de campo e os gols surgiram. Primeiro aos 29’ em uma jogada na qual Wellington Silva foi pressionar Pablo na linha de fundo e o obrigou a rifar a bola. Marcos Jr. aproveita a sobra e cruza na medida para Osvaldo finalmente desencantar. Onze minutos depois, tabelinha entre o indefectível Wellington Paulista e Fred, resultando numa pintura do capitão, antevendo o arqueiro adiantado e tocando por cobertura. Golaço de quem joga de cabeça erguida. 161 gols com a camisa tricolor, a 5 de se tornar terceiro maior artilheiro do clube isolado.

Léo Gamalho ainda descontaria aos 45’, em um pombo sem asa indefensável. O Fluminense já pode dar adeus a um 2015 que não deixará saudades. E que tinha tudo para ser um ano mais feliz se o Fluminense, mesmo sem brilho, fizesse valer sua condição de time superior sobre equipes de menor investimento, como fez contra o Avaí. Não teríamos perdidos tantos pontos bestas.

Para 2016 a prioridade será se livrar de jogadores caros e decadentes, pouco cobiçados pelo mercado. Henrique, Wellington Paulista e Magno Alves encabeçam a lista. Entubamos esses caras e a única chance de empurrar para alguém é topando dividir salários ou envolvendo em algum tipo de troca, na base do 3 nossos por 1 deles com alguma serventia.

Mas não será suficiente. Lembram quando descartei lá em cima Breno Lopes e Renato como opções de escalação viáveis? Juntem a esses caras Victor Oliveira, João Filipe, Lucas Gomes e Antônio Carlos. O zagueiro Arthur é uma incógnita, mas pelo tempo que está nas Laranjeiras e sequer é relacionado, parece não inspirar confiança.

São jogadores que não podem entrar no time sob o risco de comprometer um resultado. Alguns não titulariam nem em times da série B, sem exagero.

Caso a saída de Vinicius se confirme, reposições no meio de campo se fazem urgentes. Gerson também está de saída e Robert parece nunca conquistar a confiança dos treinadores que passam pelas Laranjeiras. Talvez fosse o caso de emprestá-lo para forçá-lo a sair da zona de conforto que o Fluminense lhe proporciona. Scarpa estará sujeito a convocações para amistosos da seleção olímpica. Eduardo, retornando de empréstimo, é um nome a ser observado, mas ainda abaixo do que realmente necessitamos.

Não faço o tipo preconceituoso com Xerém. Entendo apenas que para brigar na parte de cima da tabela um time constituído só de garotos não vingará. Não por incapacidade, mas pelo fato de não terem se desenvolvido totalmente nos aspectos técnico, físico e mental. Nem tampouco vingará se enchendo de jogadores acima dos 30. Os dois extremos, claro, têm seu lugar e bem utilizados podem ser muito úteis. Mas o Fluminense também precisa ser abastecido de bons jogadores na faixa entre 23-28 anos, faixa em que a maioria dos jogadores estão no seu ápice.

Observem os 6 primeiros colocados no campeonato e observem se não existem ao menos de 3 a 4 jogadores nessa faixa-etária, atravessando o melhor momento da carreira.

No ataque, perspectiva de boa concorrência entre Osvaldo e Biro-Biro, com vantagem para o último, que fez grande temporada. Falta um reserva confiável para Fred. O nome de Alecsandro vem sendo especulado e recai no que falei antes: jogador caro e em fase declinante.

Para concluir, mais do que uma montagem equilibrada do elenco para 2016, espero que a gestão de grupo não seja tão desastrosa quanto a deste ano. Olhem para como Tite gerencia o grupo do Corinthians e foi capaz de fazer um time reserva comer a bola e jantar o time do São Paulo numa goleada histórica. É preciso fazer com que todos se sintam úteis e incluídos nos planos do treinador.

Podem começar por Edson, um cara que reabilitado tem tudo para se tornar um dos melhores volantes em atuação no Brasil. É um desperdício desistir dele. Outro ponto importante para não descartar jogador é parar de contratar quem não tem condições de vestir nossa camisa.

Tiro Livre:

- Belíssima festa da torcida em Cariacica. Recebeu o time com carinho e uma nuvem de pó de arroz, disposta a levar o time no colo. O Fluminense precisava desse bálsamo, após tantos tropeços. A torcida capixaba merece aplausos.

- O estádio Kléber de Andrade é um belo equipamento esportivo e pode ser alternativa para alguns jogos da Liga Rio-Sul-Minas, caso o campeonato realmente saia do papel. Boa capacidade, bom estado de conservação e torcida receptiva.

- Grandes chances de um certo clube de São Cristóvão chegar à última rodada precisando de nossos valiosos serviços. Penso que ao Fluminense não cabe nem entregar jogo nem atuar como se estivesse lutando por um prato de comida. Encaremos como um jogo normal e procuremos nos divertir com os acessos súbitos de humildade de quem sempre fez questão de nos espezinhar. Que se fodam.

Por Bruno Leonardo



Autor: Bruno Leonardo

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