No início de fevereiro deste ano recebi um convite
entusiasmado do Clayton Mello para colaborar com o FluLink.
Logo em seguida se juntava ao time o mago das notas, Eduardo
Kabessa.
E ao lado do especialista em divisões de base, Igor Santos, o analista
tático Isaías Ramos e o memorialista das jornadas épicas, Rafael Perdigão, além
do capitão Clayton Mello, você, caro leitor, teve uma cobertura ampla do ano
tricolor.
Ao 30 do segundo tempo entrou no time o alquimista das letras
Rodrigo Salomão, e com doses de fina ironia e inteligência, o nosso jogo
encaixou de vez.
Nossa proposta, pelo menos até aqui, nunca foi a de ancorar
o conteúdo do site no noticiário do clube, mas antes de tudo a de ser um site
opinativo.
E com o surgimento da nossa rádio web, e em especial com o
advento do programa Resenha FluLink, nosso conteúdo opinativo se diversificou e
ganhou um espaço de interação mais próxima com o público.
Foram também alguns dos momentos mais divertidos e
memoráveis que passamos juntos. Até hoje me deparo com alguém que pergunta pelo
retorno do programa, precocemente encerrado por questões financeiras.
Assim como o nosso time profissional, tive minhas
oscilações. Em alguns momentos creio ter conseguido, a despeito das minhas
limitações, vocalizar o sentimento do torcedor após os jogos. Em outros, a inspiração
foi fazer morada na mente de outros cronistas tricolores.
Recebi com muita gratidão e carinho as palavras de elogio,
sempre em maioria. Li com atenção e respeito as críticas que me induziram a uma
autorreflexão. Sempre tendo em mente que não interessava ao nosso leitor fazer
do FluLink metralhadora giratória de indiretas contra outros espaços da mídia tricolor.
O FluLink, definitivamente, jamais se prestou à prática de
picuinhas, por saber que o Fluminense merece muito mais do que isso. E que toda
a mídia tricolor é nossa aliada nesse embate desigual contra os grupos de
comunicação que dedicam 2% do seu noticiário ao Fluminense.
Ano que vem o Fluminense mergulhará em um processo
eleitoral. Desde já receio que o debate em torno de idéias e projetos será
superado por uma chuva de acusações e desqualificações de lado a lado. O dedo
estará apontado para erros pretéritos, frases infelizes, companheiros de chapa.
Espero, carinhosamente, que os fatos contrariem essa minha expectativa.
E provavelmente você que me lê será arrastado para um dos
lados da polarização política. A treta
diverte e faz passar o tempo, eu sei. Mas se for possível, sugiro que dedique
boa parte do seu tempo à análise criteriosa da idéias de cada candidato, e
verifique se elas são aplicáveis, se elas se sustentam no presente e constroem
um futuro. O Fluminense merece o voto consciente de cada um dos seus sócios.
Ah, você ainda não é sócio? Estou ciente que neste contexto
de recessão, talvez não seja o momento mais simpático para fazer uma exortação
à associação. Mas se houver alguma sobra no orçamento, pense nesta hipótese com
carinho, antes de ponderar sobre o que você receberá em troca. O Fluminense não
dispõe de patrocínio estatal, nem da cota de tv mais gorda. Caminhamos para uma
desigualdade econômica no futebol que só poderá ser atenuada com o nosso amplo
engajamento.
Fica também a minha torcida para que em 2016, em que pese a
indisponibilidade do Maracanã e do Engenhão por vários meses, uma ausência
sentida em 2015 volte a dar o ar de sua graça: a torcida tricolor. Acima de todas
preocupações administrativas de quem vai gerir o Tricolor pelos próximos anos,
creio que esta deveria se destacar como prioridade número 1: a de interromper
um gradativo processo de distanciamento do torcedor tricolor dos estádios.
O estádio vazio jamais pode ser encarado como fato banal e aceitável.
Não existe Fluminense forte sem arquibancada. Tenham absoluta certeza disso.
Ao comando do futebol, que por várias vezes foi alvo de
minhas mais severas críticas, desejo, como tricolor de coração, absoluto
sucesso no próximo ano, por mais improvável que uma chuva de acertos venha de
onde costuma partir um temporal de erros.
O sucesso do Fluminense, e não o sucesso das minhas teses, é
o que importa. Se as glórias forem materializadas por pessoas que critiquei,
morderei a língua com imenso prazer.
Por fim, aproveito o ensejo para anunciar minha saída de
cena. O espírito crítico com que avalio os erros da diretoria, técnico e
jogadores também se aplica à minha própria pessoa. Sinto neste momento a
necessidade de ler mais do que escrever e de ampliar meus conhecimentos sobre
tática, mercado da bola, marketing esportivo, gestão de clubes, sem o que receio cair na repetição ou previsibilidade. Não será
propriamente um ano sabático (expressão presunçosa, reconheço) posto que não
defini um período de tempo específico. E claro, qualquer retorno, ficará
condicionado a convites.
Dentro e fora do FluLink há gente qualificada de sobra para tocar
o barco. Não farei a mínima falta, mas tenho a certeza que, por momentos,
escrever me fará falta.
Ao amigo Clayton Mello minha eterna gratidão pelo espaço e
oportunidade concedidos. E a liberdade irrestrita para expressar meus pontos de
vista, por mais polêmicos que fossem. Sua compreensão da liberdade de expressão
é rara.
A todos aqueles que se converteram em leitores meus, fiéis
ou esporádicos, também quero deixar meu
muito obrigado. Levarei no coração todas as palavras de elogio e incentivo. Um agradecimento especial à turma do Bate-Papo Tricolor, pelo apoio, divulgação e por todo o substrato emocional que permeou boa parte dos meus textos.
À toda equipe FluLink muito sucesso e entusiasmo para
continuar registrando as jornadas do Fluminense pelos gramados do Brasil e do mundo
com o brilho habitual.
Que 2016 seja um ano glorioso para o Tricolor das
Laranjeiras. Do roupeiro ao presidente, que todos tenham a consciência que o
Fluminense tem influência direta sobre nosso estado de espírito, e que trabalhem,
portanto, de acordo com esta compreensão. Fluminense e felicidade sempre
caminham juntos em nossos pensamentos.
A felicidade, a rigor, talvez até
existisse sem o Fluminense.
Mas seria frustrante qualquer tentativa de descrevê-la. Como um sentimento a vagar por aí, órfão de palavras e imagens à altura.
Até breve! Qualquer dia "tamo aí".
Por Bruno Leonardo
Sou seu fã Bruno Leonardo. Vc é um jovem menino com ideias coerentes e que poderá fazee muito pelo tricolor na presidencia do clube. Acredito em vc. Abraços,
ResponderExcluirJosé
Obrigado pelas palavras tão elogiosas, José! Mas a humildade (ou o senso de realidade) me impede de almejar a presidência do Fluminense. Esta deve ser ocupada por gente muito mais qualificada para a missão! Forte abraço e saudações tricolores!
ResponderExcluir