O Fluminense conseguiu um resultado importantíssimo em sua caminhada no Campeonato Brasileiro. Venceu a Ponte Preta for 3 a 0, com mais uma ótima participação da torcida tricolor, que parece ter comprado a ideia de jogar em Edson Passos. Tanto ontem quanto diante do Cruzeiro, abraçou o time e criou uma atmosfera hostil ao adversário. Depois de seis meses jogando em campos praticamente neutros, é bom demais jogar em casa.
Aos que não viram o jogo,o placar sugere uma partida fácil e
sem sustos, porém, não foi isso que aconteceu. O Fluminense, ao contrário de
outros jogos em que perdeu dúzias de gols, dessa vez teve apenas cinco
finalizações em toda a partida, das quais três resultaram em gol. Para que se
tenha uma ideia, a Ponte finalizou quinze vezes (mas com péssima pontaria,
ameaçou pouco – apenas três dessas finalizações foram na direção do gol). Fomos
muito eficientes, o que compensou alguns jogos em que pecamos nas finalizações
e definições de jogadas.
Não considero que tenha sido uma grande atuação. No primeiro
tempo, o Tricolor pouco produziu além do gol – em cobrança de falta, Scarpa
cruzou e Cícero, um pouco impedido, testou para o gol. A Ponte chegou a esboçar
uma pressão nos minutos finais da primeira etapa, mas não definiu bem as
jogadas e ofereceu pouco perigo real ao nosso time.
Assim como diante do Ypiranga, Wellington entrou no
intervalo e mostrou serviço. Já com 2 minutos, tabelou com Marcos Junior e por
pouco não conseguiu passe certeiro para Henrique Dourado finalizar. Ainda nos
primeiros minutos, mais uma assistência de Scarpa para gol de cabeça de Cícero.
A partir desse momento, o jogo foi administrado pelo
Fluminense. Aos 17 minutos, Levir tirou o centroavante Henrique Dourado e
promoveu a estreia de Danilinho, formando um quarteto ofensivo de boa
mobilidade com Scarpa, Wellington e Marcos Junior. Wellington deu números
finais à partida com um verdadeiro golaço por cobertura. 3 a 0. Um Fluminense
em nada encantador, porém eficiente e sólido defensivamente. Três pontos
merecidos.
Sobre a defesa, vale ressaltar: nossos números defensivos no
Brasileirão são bons. 16 gols sofridos em 17 jogos (menos de 1 por partida).
Nos últimos 5 jogos, apenas 1 gol sofrido. Mérito não somente da dupla de zaga,
que tem se saído bem, mas também de toda a equipe, que apesar de receber muitas
críticas (algumas delas justas), tem mostrado uma boa disciplina defensiva na maioria dos jogos.
Os problemas do Fluminense têm se concentrado na parte
ofensiva. Finalizamos pouco na maioria dos jogos, e quando conseguimos
finalizar, por vezes perdemos chances claras que já nos custaram pontos
cruciais. Contudo, é preciso elogiar Gustavo Scarpa, que teve, de fato, algumas
partidas abaixo da média, mas que é, sem dúvida, o principal jogador da equipe
em 2016. Com 5 assistências para gols, é um dos líderes do campeonato no
quesito, além de liderar absoluto em assistências para finalizações – são 43
até aqui (números do site Footstats). Todo jogador pode ser criticado, mas acho
injusto minimizar a importância do nosso camisa 40, que, em meio à dificuldade
que temos tido na produção ofensiva, é, de longe, o jogador mais criativo do
time.
Queria ressaltar mais uma vez o quão bacana é essa relação
time-torcida em Edson Passos. Não só pela presença da torcida, que não teve
dificuldade para encher o estádio nos dois jogos lá, mas pela participação da
mesma, que tem incentivado muito o time e feito de Edson Passos um alçapão
tricolor, a nossa verdadeira casa, em meio a um 2016 tão atribulado.
Lamento apenas que tenhamos levado 15 rodadas para estrear
no estádio. Para o torcedor de arquibancada, o primeiro semestre longe do time
foi uma verdadeira tortura. Além disso, o fator casa tem claramente motivado os
jogadores, que foram reflexo da energia e eletricidade transmitidas pela
torcida contra Cruzeiro e Ponte Preta. Ser um time itinerante por seis meses
foi ruim para o torcedor e eu diria até para o próprio rendimento do time. Sem
falar do cansaço decorrente das inúmeras viagens. Uma pena a lentidão de todo o
processo de negociação e reforma do estádio. Perdemos muito tempo.
Queria finalizar tecendo elogios a Wellington, que teve um
início brilhante em sua volta ao Fluminense. Entrou no intervalo nos dois
últimos jogos e se saiu muito bem. Mostrou habilidade, inteligência e muita
vontade de contribuir. É extremamente prematuro se empolgar demais com o
jogador, mas até aqui, gostei muito do que vi. Sinceramente, não sabia o que
esperar do atacante, que sem dúvida tem muito talento, mas teve passagem apagadíssima
pelo futebol europeu. Mas torço para que ele siga excedendo minhas expectativas
e se torne muito importante para o time.
*Daniel Souza é tricolor fanático e estudante de economia nas horas vagas. Twitter:@DanielFFC07
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