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» » » » » » No Clássico Vovô quem deram as cartas foram os "netinhos"
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Antes de falar propriamente do jogo, permitam-me falar um pouco de nossa torcida. Ou parte dela. Era semana que antecedia clássico. Na minha época de moleque, semana de clássico era semana de espera pelo jogo, provocações ao adversário, ansiedade para comprar ingressos, etc. Pois eu só vi a torcida tricolor (ou parte dela) mais preocupada em pedir a demissão do Cristóvão. E o pessimismo era tamanho que vi muita gente reunindo mais motivos para não ir do que para ir ao Maracanã.

Como foi que nos transformamos nesses ranhetas e pessimistas e deixamos órfão o verde da esperança, eu não sei. Mas estamos nos descaracterizando. Torcida é essencialmente fé. Prognósticos são para comentaristas ou blogueiros. É possível separar as críticas ao treinador e à gestão do comparecimento ao estádio. Uma coisa não precisa e não deve afetar a outra.

Sabemos, no entanto, como a turma que não entra em campo e não assiste a jogo da arquibancada atrapalha a vida do torcedor. O sócio do Fluminense não pôde usufruir dos descontos a que tem direito, em função do Botafogo ter vedado ao Fluminense a possibilidade de exercer o seu programa de sócio. O mandante, neste Euricão 2015, é apenas o clube que se situa à esquerda do placar e que arca com as despesas. De resto, o mando é da FERJ e tudo precisa sair mediante acordo. Quando o acordo depende de um clube rompido com a federação e outro que abdicou da sua grandeza (ou do pouco que sobrou dela) para ser capacho da entidade, é óbvio que este acordo não sai.

O Fluminense venceu e convenceu. Impôs o jogo, fez a bola rodar de um lado para o outro e mesmo quando recuou após fazer 2x1, o fez por opção, para explorar o contra-ataque, e não por se sentir acuado. Há quem considere que só jogamos bem porque finalmente Cristóvão escalou corretamente o time. O fim do primeiro tempo registrou 63% de posse de bola e 91% de acerto nos passes por parte da equipe tricolor. Quem acha que só escalação correta produz esses números, está equivocado. É fruto do trabalho do treinador. Que escala errado sim, que substitui pior ainda sim, que precisa melhorar muito no trabalho defensivo sim, mas também produz acertos. Se posse de bola e acerto no passe não alteram o placar, ajudam muito a controlar o jogo. Constroem vitórias.

O Fluminense ainda precisa realizar ajustes para que o seu 4-2-3-1 funcione como Cristóvão idealiza. Por vezes as linhas jogam espaçadas e permitem que os meias adversários se infiltrem entre elas. Sem boa compactação e com erros de passe, um passe vertical para o atacante de velocidade ou uma jogada de brilho individual põem o time adversário na cara do gol. Foi assim no lance do gol botafoguense. Gilberto aproveita vacilo na marcação de Jean e Giovanni, enxerga um corredor em diagonal no espaço entre Henrique e Wellington Silva, tabela com Bill, que ainda impede a chegada da marcação de Henrique  e rola para Jobson chutar mansamente para o gol vazio (vide imagem abaixo).



O dado novo é que o Fluminense dessa vez não se desestruturou com o gol sofrido. Manteve a aposta na posse de bola e na distribuição equilibrada entre jogadas pela esquerda, centro de campo e direita. O time que só jogava pela direita, com Wellington Silva, agora tem jogada pela esquerda com Wagner, que fez nascer o Giovanni ofensivo. Pelo centro, Gerson é mais ativo e participativo do que o titular anterior, Vinicius. E foi de uma jogada em que a bola viajou da esquerda para a direita que nasceu o primeiro gol tricolor. Lançamento longo no flanco esquerdo da área, ajeitada de cabeça de Giovanni, corta-luz de Fred, uma furada-passe de Wagner pelo centro e uma conclusão precisa de Kenedy, no lado direito da área.

Na volta do segundo tempo, o time manteve a proposta ofensiva, e com um adendo: mais estável na defesa. Marlon, que começou o jogo afoito, dando pixotada que quase resultou em gol de Jobson (a ponto de me fazer confundi-lo com Henrique lá na arquibancada), retornou para a etapa complementar mais seguro. Não sei se os amigos leitores perceberam, mas o consórcio e Fred fizeram uma dobradinha exemplar nesses tempos de tarifaço na conta de energia. Um cortou metade da luz do estádio. O outro, com sua inteligência, cortou luz de novo, desta vez para que Gerson irrompesse feito uma bala na direção do gol botafoguense e na direção da glória, marcando o segundo gol tricolor. Na entrevista pós-jogo, Gerson agradeceu a Deus pela oportunidade. E Deus entendeu de dar toda a magia para o camisa 30 tricolor. Primeiro clássico no Maracanã, primeiro gol pelo profissional também, que Deus deu.

A cereja do bolo veio no lançamento primoroso de Giovanni, a la Gerson (aquele outro, mais famoso) que encontrou o carrasco da cachorrada sofrida em condição legal. Fred mata a bola com maestria, ajeita com o escudo (braço é o cacete) e fluzila as redes jeffersonianas.

Caixão alvinegro fechado. Alma lavada pela chuva e pela bela exibição tricolor. Êxtase, alegria, satisfação. Conquistamos algum título, ganhamos de um adversário de primeira linha? Não. Ganhamos de um adversário de série B, mas que contra o Fluminense se agiganta. Vamos comemorar, porque estamos trocando o hábito de comemorar pelo hábito de listar problemas (que existem e são muitos, claro).



Foi uma vitória que poderia ter acontecido com Unimed. Mas da maneira que aconteceu ontem, unindo presente e futuro da maneira que foi, só é possível agora. Talvez, com o doutor dando as cartas, estivéssemos lamentando ver Kenedy e Gerson nos Joinvilles da vida.
Mas felizmente pude ouvir o Maracanã cantando a plenos pulmões: “Ih vem que tem, com os  moleques de Xerém”.  E tem mesmo.



TIRO LIVRE:                            

- Geralmente patrocinadores procuram anunciar suas marcas para valorizar seus produtos. O Botafogo faz o contrário. O secador da liquidação maluca começou valendo 49 reais e na volta do intervalo já valia 39. Mas para um clube que já foi patrocinado por bicheiro e esquema de pirâmide, liquidação maluca já é uma evolução, pois é um patrocínio dentro da lei.

- Para a próxima partida não contaremos com Henrique Prega Presa, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Não inventa, Professor. Promova logo o retorno do Gum. O jogo é contra o fraco Bonsucesso, 14º lugar, no Maracanã.

- O jogo é quinta-feira, contra o Bonsucesso, às 21h. A combinação não é das melhores. Mas dessa vez o sócio-futebol ou sócio contribuinte com pacote futebol terão o desconto habitual. Vamos comparecer e dar uma força para os cofres do clube, tão combalidos neste estadual deficitário e varzeano?


Autor: Bruno Leonardo

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