O maior ser humano de todos os tempos

Há 136 anos, nascia Oscar Alfredo Cox. Muito tempo, de fato, ainda mais se pensarmos que com somente 22 anos ele concretizou o seu sonho, que alimentara desde os 17, quando chegou da Suíça, onde fora estudar, com a ideia de fundar um clube de futebol na cidade do Rio de Janeiro. Provavelmente, aquele jovem não fazia ideia do impacto que isso causaria tanto no curto prazo, regionalmente, quanto no longo prazo, nacionalmente.

Oscar Alfredo Cox - o maior ser humano de todos os tempos.

O esporte predominante na então capital do Brasil era o remo, entretanto, (graças a Deus), Oscar Cox tentou disseminar o então desconhecido football. Apesar da inicial rejeição que aquele estranho jogo em que 22 homens corriam atrás de uma bola teve - fortemente alimentada pelos intelectuais da época, que julgavam se tratar de um "jogo de vagabundos" - o final nós sabemos: hoje, o futebol é o esporte mais popular não só do Rio de Janeiro como do Brasil. Agradeçam a este homem.

Ao trazer de Londres, em 1901, mais bolas e a grande área - novidade criada naquele ano -, o sonho daquele rapaz descendente de ingleses estava se tornando realidade. Chegou a organizar duas partidas entre cariocas e paulistas ainda em 1901, mas o ápice de sua vida, o motivo pelo qual, até hoje, tanto tempo depois, ele ainda seja lembrado e, embora menos do que deveria, venerado por muitos saiu do papel em 21 de julho de 1902. Naquela noite, junto a 19 companheiros, no casarão da rua Marquês de Abrantes, nº 51, Oscar Cox fundou o Fluminense Football Club e fora eleito, com muita justiça, o primeiro presidente, cargo por ele ocupado até 1904.

Morreu jovem, aos 51 anos, na França, mas, mesmo com tantas pessoas tentando denegrir seu lado, os fatos não nos deixam mentir: o seu Fluminense deixou de ser cinza e branco e passou a ser tricolor, deixou de ser amador e liderou a profissionalização do futebol brasileiro, deixou de ter influência apenas no Rio de Janeiro e passou a ter torcedores no mundo inteiro, ganhou inúmeros títulos, teve inúmeros craques, fundou a maior seleção do mundo, virou o Prêmio Nobel do esporte e mexeu com o coração de milhões de pessoas, adeptos ou não - já que foi responsável indireto pela criação de outros grandes clubes brasileiros -, contudo, mais importante, deixou de ser o "seu" Fluminense e se tornou o NOSSO Fluminense, a razão do viver de milhões de pessoas.

Neste dia 20 de janeiro de 2016, dia de Oscar Alfredo Cox (deveria ser feriado mundial), deixo aqui a minha homenagem ao homem que teve a maior ideia de todos os tempos, ao maior ser humano de todos os tempos. Encerro com um pequeno trecho da inscrição presente na placa de bronze inaugurada pelo Fluminense em 1952 em seu túmulo: "Viver e não deixar uma instituição atrás de si não vale a pena viver".

Saudações tricolores.