O ano de 2016 do Fluminense já começou marcado por pressão
em cima do treinador Eduardo Baptista. Derrotas nas estreias da Copa
Sul-Minas-Rio e do Carioca somadas a um empate com o Madureira foram o
suficiente para a torcida colocar o comandante tricolor na berlinda. Ontem, o
Flu bateu o Tigres do Brasil, chegou à segunda vitória na temporada – novamente
por 4 a 0 – e renovou as esperanças para a difícil sequência que se aproxima.
O principal a se destacar em mais uma goleada no “empolgante”
Cariocão é a figura de Diego Souza. Além do gol e das assistências (já soma
três em dois jogos), o camisa 10 apresentou seu vasto repertório que me faz
classificá-lo como principal contratação tricolor nessa janela de
transferências. Dono de porte físico invejável, Diego dificilmente perde uma
dividida, conduz muito bem a bola, tem ótimo passe e é perigosíssimo no jogo
aéreo. Cada uma dessas características foi vista - em maior ou menor grau -
pelos 1.237 torcedores presentes no Raulino de Oliveira.
Entre as razões que ajudam a entender a excelente
performance de Diego Souza estão sua movimentação e seu posicionamento. Com
flutuação constante, seja abrindo pelos lados ou encostando em Fred na área,
ele estava sempre situado entre as linhas defensivas do adversário. Foi daí que
surgiram as tabelas com o capitão, muito bem ensaiadas. Na primeira, o meia
revelado em Xerém mandou na trave. Na segunda, ficou livre e rolou para Osvaldo
marcar o terceiro do Flu.
Outro reforço que deu o ar de sua graça foi o zagueiro
Henrique. Diante da extrema fragilidade do Tigres, a defesa não se viu ameaçada
em nenhum momento, e sobrou espaço para o recém-contratado aparecer no ataque e
cabecear para dar números finais ao confronto. Montar um eficiente sistema
defensivo demanda tempo e muita paciência. Mais ainda quando um dos componentes
é um zagueiro que passou diversos meses afastado do gramado. Henrique e Marlon
têm totais condições de formar uma dupla consistente para liderar o setor.
Em tempos de um falido Estadual, o torneio outrora charmoso tem a única importância de servir como laboratório de testes para as principais competições. Passadas quatro rodadas da "Rubensliga", o Fluminense volta
suas atenções para o primeiro grande desafio da temporada. Contra o Cruzeiro,
no Mineirão, na segunda rodada da Primeira Liga, será o momento para observar
com maior clareza as virtudes e deficiências do trabalho de Eduardo Baptista,
que ainda está em estágio inicial. O treinador vai precisar quebrar a cabeça
para montar um time competitivo sem a presença de Fred, suspenso por cinco
jogos na competição regional. Cícero - autor de um lindo gol de bicicleta que abriu o caminho para a goleada nesse domingo - e Diego Souza terão responsabilidade dobrada no duelo.
Com Magno Alves como provável substituto do artilheiro
tricolor, o restante do time deve ser o mesmo que enfrentou o Tigres. Até mesmo
a titularidade de Pierre, contestada por este que vos escreve, deverá ser
importante em um duelo que certamente demandará muito esforço na marcação. A
única ressalva no 11 inicial fica por conta do posicionamento de Gustavo
Scarpa. O jogador não se sente à vontade na meia direita, portanto, inverter os
lados com Marcos Júnior – que voltou bem à equipe titular – será essencial para
ampliar o leque de jogadas do Flu.
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