Imagem: Nelson Perez / Fluminense FC |
Perder uma disputa de taça
para um rival sempre terá gosto amargo, mas a derrota para o Vasco na última
rodada da Taça Guanabara está longe de representar um cenário catastrófico para
o Fluminense. A começar por hoje, as próximas semanas definirão o primeiro
semestre do time. Os resultados que vierem a seguir darão – ou não – suporte ao
ótimo começo de trabalho de Levir Culpi. Inteligente, o treinador poupou metade
da equipe titular e priorizou o que há de mais importante.
Mesmo com a derrota, a
sensação é de que chegamos às decisões com um time pronto. Levir
soube conduzir muito bem o processo de recuperação da equipe e aliou vitórias a
boas atuações, além de fazer saltar o desempenho individual de vários atletas.
Um deles, Osvaldo, teve a bola do título já nos acréscimos na Arena da Amazônia,
mas desperdiçou a chance de coroar a boa fase. Um gol que não se pode perder, evidente,
porém é justíssimo ressaltar que o jogador encontrava-se extenuado após correr
durante 90 minutos em condições climáticas desumanas.
Como era de se esperar
diante das ausências de Cícero e Gustavo Scarpa, o Flu não criou tanto como o
de costume. Os dois são as engrenagens fundamentais de um sistema baseado na
posse de bola inteligente e na movimentação constante das peças do meio-campo. Apesar
dos consideráveis desfalques, a atuação do Fluminense no primeiro tempo esteve
longe de ser ruim. A defesa passou sustos na bola aérea por não contar com Gum
e Henrique, superiores aos demais zagueiros do elenco no quesito. No entanto,
manteve a solidez de praxe. A respeito do segundo tempo, fica difícil opinar em
razão das falhas na transmissão de imagens do Premiere.
Por mais que a atuação do
time misto não tenha deixado a desejar, é sempre bom lembrar que precisamos de
reforços para a disputa do Campeonato Brasileiro. Pensei que Edson recuperaria
a confiança após o gol marcado contra o Volta Redonda. Ledo engano. Como se não
bastasse mais uma performance ruim, o volante foi expulso junto com Marcelo
Mattos e diminuiu as chances de reação da equipe. Pierre já tem 34 anos e
precisa de um substituto à altura, ou de alguém que chegue para brigar por
posição. As outras carências estão na lateral-esquerda – notável queda quando
Giovanni joga – e no meio-campo, que perderá Gerson a partir de junho.
A polêmica da semana não
deixou de marcar presença. Depois de muitos boatos, poucas verdades e algumas
ameaças, Fred fez valer a idolatria que carrega consigo e optou por permanecer
em Laranjeiras. “Levir não vai mais substituí-lo na metade do segundo tempo”,
apontavam alguns. E o técnico deu mais uma prova de que jamais abandona seus
conceitos ao sacar o capitão quando bem entendeu para dar lugar a Magno Alves.
Para alívio de muitos, o camisa 9 reagiu com naturalidade e não demonstrou
insatisfação. Aparentemente, a paz está selada no relacionamento.
Não há mais tempo para
testes. Contra Atlético-PR, na quarta, e Botafogo, no próximo final de semana,
Levir Culpi bota em jogo tudo que construiu até aqui. O resultado é o único
fator importante nas avaliações de diretoria e torcida. Derrotas em ambas as
competições e nada do que foi feito de positivo será lembrado. Caso conquiste o
título da Primeira Liga e avance até a final do Carioca, terá o suporte e a
paciência necessários para trabalhar nos campeonatos de maior importância. A
história está prestes a ser escrita.
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