Imagem: André Durão |
Se eu disser que não aguardei por este dia, estou mentindo. Antes, por curiosidade, para saber como seria o ponto final de Fred com a camisa do Fluminense. Imaginava que sairia com Laranjeiras lotada, sendo reverenciado pela gratidão e paixão de seus fãs. Suas declarações me deixavam convicto que não existia modo disso mudar. Com o tempo, com os fracassos, com os sete ou oito técnicos que passaram por aqui desde a saída de Abel e que encerravam os trabalhos fadados à falha no projeto, sempre acompanhado de um futebol modorrento, passei a ver em Fred uma espécie de líder solitário que por mais ídolo e verdadeiramente empenhado em fazer o Fluminense crescer, muitas vezes extrapolava o limite. Limite esse que podia ser visto em diversos jogos desde 2013, quando o time deixava de tentar uma troca de passes para rifar a bola de qualquer maneira para o nosso nove.
Trocava o técnico, o começo era bacana, meia dúzia de jogos depois, lá estava a bola sendo jogada de qualquer forma para o Fred se virar e tentar decidir. Isso não acontecia sem querer. Até onde sei - e imagino que vocês também saibam, futebol é coletivo e grandes equipes na história deste esporte possuem como principal característica um coletivo muito bem montado, com uma ou duas peças que decidiam quando a situação apertava. Fred deitou e rolou quando teve um coletivo bem montado. Craque do Brasileirão 2012. Depois disso...
Talvez eu deixe de tocar em muitos pontos que quero falar sobre a relação Fred-Fluminense, mas encerrei o parágrafo acima falando de título, quando Fred foi completamente decisivo e escreveu seu nome de uma vez por todas na história de nosso clube. É nesse ponto que eu quero tocar.
Gratidão não precisa ser um sentimento recíproco. Leio quase o tempo todo coisas do tipo "Fred não foi grato ao Fluminense e sua torcida que o acolheu quando mais precisou, então não quero saber mais". Apesar de discordar, entendo o sentimento passional e eloquente, mas tenho certeza que não conseguimos falar de alguma conquista realmente importante do Flu nos últimos anos sem tocar na relevância de Fred em todas elas. O gigantismo é invariável e inesquecível. Foi bom demais. Foi grande demais pra nós, que ficamos ainda maior com ele, que por sua vez, nunca mais vai ter seu nome dito e lembrado sem que nossas cores sejam citadas.
Não cabe a mim te fazer mudar de ideia, seja de forma positiva ou negativa sobre Fred, mas o que sai na TV tem sentido. O atacante tem família, uma esposa grávida que mora em Belo Horizonte, além de seus pais. Ele tem 32 anos, carreira sólida e conta bancária idem. Porém, um pai não se faz somente disso e não preciso me alongar nesta conversa, pois o FluLink é sobre Fluminense e futebol, não Casos de Família, mas por mais que Rio e BH sejam próximos, a distância em situações particulares faz uma diferença absurda.
Outro ponto importante e esse faço questão de falar é com quem Fred estava lidando no Fluminense desde o final de 2010. Comparado à Muricy, Emerson Sheik, Darío Conca e outros mais, Fred aguentou muito tempo. Administrador hipócrita e sem palavra não tem respeito de jogador, por mais que o nível hierárquico te obrigue a achar o contrário. Muito pior quando esse administrador não gosta do jogador e não tem problema nenhum em esconder nos bastidores. Peter queria "se livrar" de Fred HÁ MUITO TEMPO. Acredite, não estou achando, palpitando sobre o sentimento do presidente da Flusócio. Estou dando uma informação que qualquer um que trabalha em Laranjeiras pode confirmar. Em abril, Fred não falou de processo de fritura à toa. Não achou isso por causa de Levir. Aliás, se fosse apenas o Levir, ele teria resistido bem mais na época. Não é exagero falar em chapa política que aniquila ídolos. Como escudo, o ideológico "Vão-se os jogadores, fica o Fluminense", mas o que seria do Fluminense sem os diversos ídolos que tivemos durante 113 anos. Outra armadura é a política da austeridade financeira. Como se isso impedisse alguém de aprender a negociar e respeitar quem vai ficar marcado pra sempre no clube, enquanto gerentes, estes sim, só passam. Não são eleitos para terem seus nomes gritados na arquibancada e sim para arregaçar as mangas e trabalhar em prol do crescimento tricolor.
Sobre as declarações de amor de Fred, não posso responder por ele, que daqui a pouco vai ter a oportunidade de explicar ao torcedor o motivo de dizer em abril que não podia jogar toda uma história no lixo e hoje, bom... Mas posso falar por mim e reafirmar que apesar da gangorra de sentimentos nestes sete anos, sou extremamente grato à Frederico pela história que teve aqui e por todo empenho dedicado ao escudo tetracampeão brasileiro. Ninguém chega ao top 3 de artilheiros de um clube de um dia para outro. Sete anos jogando por um clube no Brasil deixou de ser normal há algum tempo. Obrigado, Fred.
Que venha Richarlison. Paciência e muito apoio com quem pode ser tão grande quanto Fred no Fluminense e na carreira. Isso, claro, se Levir deixar e se a Flusócio não eleger mais um candidato, afinal de contas, vão-se os jogadores, fica o Fluminense e o dinheiro da venda que interessa muito mais. Falando nisso, super vantajoso trocar um ídolo por CINCO MILHÕES. Parabéns.
Saudações Tricolores.
Talvez eu deixe de tocar em muitos pontos que quero falar sobre a relação Fred-Fluminense, mas encerrei o parágrafo acima falando de título, quando Fred foi completamente decisivo e escreveu seu nome de uma vez por todas na história de nosso clube. É nesse ponto que eu quero tocar.
Gratidão não precisa ser um sentimento recíproco. Leio quase o tempo todo coisas do tipo "Fred não foi grato ao Fluminense e sua torcida que o acolheu quando mais precisou, então não quero saber mais". Apesar de discordar, entendo o sentimento passional e eloquente, mas tenho certeza que não conseguimos falar de alguma conquista realmente importante do Flu nos últimos anos sem tocar na relevância de Fred em todas elas. O gigantismo é invariável e inesquecível. Foi bom demais. Foi grande demais pra nós, que ficamos ainda maior com ele, que por sua vez, nunca mais vai ter seu nome dito e lembrado sem que nossas cores sejam citadas.
Não cabe a mim te fazer mudar de ideia, seja de forma positiva ou negativa sobre Fred, mas o que sai na TV tem sentido. O atacante tem família, uma esposa grávida que mora em Belo Horizonte, além de seus pais. Ele tem 32 anos, carreira sólida e conta bancária idem. Porém, um pai não se faz somente disso e não preciso me alongar nesta conversa, pois o FluLink é sobre Fluminense e futebol, não Casos de Família, mas por mais que Rio e BH sejam próximos, a distância em situações particulares faz uma diferença absurda.
Outro ponto importante e esse faço questão de falar é com quem Fred estava lidando no Fluminense desde o final de 2010. Comparado à Muricy, Emerson Sheik, Darío Conca e outros mais, Fred aguentou muito tempo. Administrador hipócrita e sem palavra não tem respeito de jogador, por mais que o nível hierárquico te obrigue a achar o contrário. Muito pior quando esse administrador não gosta do jogador e não tem problema nenhum em esconder nos bastidores. Peter queria "se livrar" de Fred HÁ MUITO TEMPO. Acredite, não estou achando, palpitando sobre o sentimento do presidente da Flusócio. Estou dando uma informação que qualquer um que trabalha em Laranjeiras pode confirmar. Em abril, Fred não falou de processo de fritura à toa. Não achou isso por causa de Levir. Aliás, se fosse apenas o Levir, ele teria resistido bem mais na época. Não é exagero falar em chapa política que aniquila ídolos. Como escudo, o ideológico "Vão-se os jogadores, fica o Fluminense", mas o que seria do Fluminense sem os diversos ídolos que tivemos durante 113 anos. Outra armadura é a política da austeridade financeira. Como se isso impedisse alguém de aprender a negociar e respeitar quem vai ficar marcado pra sempre no clube, enquanto gerentes, estes sim, só passam. Não são eleitos para terem seus nomes gritados na arquibancada e sim para arregaçar as mangas e trabalhar em prol do crescimento tricolor.
Sobre as declarações de amor de Fred, não posso responder por ele, que daqui a pouco vai ter a oportunidade de explicar ao torcedor o motivo de dizer em abril que não podia jogar toda uma história no lixo e hoje, bom... Mas posso falar por mim e reafirmar que apesar da gangorra de sentimentos nestes sete anos, sou extremamente grato à Frederico pela história que teve aqui e por todo empenho dedicado ao escudo tetracampeão brasileiro. Ninguém chega ao top 3 de artilheiros de um clube de um dia para outro. Sete anos jogando por um clube no Brasil deixou de ser normal há algum tempo. Obrigado, Fred.
Que venha Richarlison. Paciência e muito apoio com quem pode ser tão grande quanto Fred no Fluminense e na carreira. Isso, claro, se Levir deixar e se a Flusócio não eleger mais um candidato, afinal de contas, vão-se os jogadores, fica o Fluminense e o dinheiro da venda que interessa muito mais. Falando nisso, super vantajoso trocar um ídolo por CINCO MILHÕES. Parabéns.
Saudações Tricolores.
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