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» » » » » Paciência e pés no chão: Pilares do início de temporada no Fluminense
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Reprodução/Fluminense Football Club

Novo presidente, nova direção, 'novo' técnico, mas sem muita esperança. O Fluminense se apresenta nesta quarta-feira (04) para começar sua preparação da temporada em 2017 sem grandes novidades no elenco e com um aviso claro: não irá contratar enquanto não conseguir se desvincular de peças que estão em processo de saída. Trata-se da nova política de gestão do futebol, encabeçada pelo presidente Pedro Abad e que tem ainda Fernando Veiga, Marcelo Teixeira, Alexandre Torres e Abel Braga - este último sendo novamente o técnico após três anos e meio. 

O Fluminense vive uma transição não só no comando do futebol, mas também na forma de gerir (ao menos é isso que se produz nos primeiros passos dos dirigentes). Prejudicados pela falta de filosofia e completo amadorismo da gestão anterior, a nova direção se encontra de mãos atadas em contratos longos e com valores fora do mercado atual para os jogadores que possui. Torna-se completamente complicado tomar iniciativa de contratações sem primeiro traçar um plano de desafogo financeiro, ainda mais com a pasta precisando lidar com a falta de um patrocinador master e fornecedor de material esportivo que também contribui financeiramente. Com isso em vista, Abel vai precisar trabalhar com o elenco de 2016 já desfalcado das peças que o clube liberou ou doou (caso de Cícero e que será abordado ainda neste texto) e as aquisições dos promissores Jefferson Orejuela e Junior Sornoza (frutos de uma das poucas atitudes louváveis de Jorge Macedo, ex-diretor de futebol), além dos jogadores que retornam de empréstimo e estão nos planos do técnico. Tecnicamente, não se trata de uma equipe ruim, mas que foi mal gerida e mal explorada no ano anterior, o que significa que o trabalho será árduo neste início, praticamente do zero. Levir não deixou absolutamente nada de bom e Marcão, seu sucessor provisório, trouxe um final melancólico para uma temporada tão frustrante quanto nos anos anteriores.

Sornoza e Orejuela desembarcaram no Rio na terça-feira; Reforços para 2017. (Imagem: Mailson Santana/Fluminense Football Club)

Existe a expectativa de liberar espaço tanto no elenco, quanto na folha salarial com a saída de jogadores como Henrique Dourado, Wellington Silva, Osvaldo, Gum, Giovanni, William Matheus e Dudu (este já treina com o Náutico) para que enfim sejam feitas as reposições da melhor maneira possível. O portal NETFLU falou sobre quatro nomes apalavrados com o Fluminense: Alemão (lateral-direito), Lucas (lateral-direito), Matheus Sales (volante) e Hernán Barcos (atacante). Porém, dois desses jogadores acabaram acertando com outros clubes. Alemão, jogador vinculado ao Bragantino e emprestado na última temporada ao Botafogo, deve permanecer no rival alvinegro após o acerto de compra dos direitos do atleta, enquanto Barcos, que estava praticamente certo no Flu, decidiu jogar no Atletico Nacional-COL, atual campeão da Libertadores e principal time da América do Sul atualmente. Informações que reforçam a dificuldade inicial que Abel deve passar na preparação do time durante a temporada, ainda sem as peças definidas como necessárias.

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Quando falo sobre paciência e pés no chão, tudo que foi dito no texto explica tal definição. Temos um bom técnico, identificado com o clube, assim como os gestores do futebol, mas com carências em um elenco que pode ser chamado de terra arrasada (reforço a culpa no péssimo trabalho de Levir), exceto Gustavo Scarpa, que fez excelente temporada. A torcida se coloca como impaciente e quer uma resposta imediata diante de tudo que vem sendo noticiado, mas precisa enxergar a nossa realidade no momento. É possível ser bem melhor do que em 2016, mesmo que não façam mais contratações e apostem somente nas nossas joias da base, mas não será possível nos tirar de uma fila que se encaminha para cinco anos sem um título relevante, bastando olhar para a ferocidade do rival rubro-negro no mercado de transferências, assim como o Palmeiras, atual campeão brasileiro e até o São Paulo, que se coloca como time em crise financeira, mas anuncia 20 milhões livres para investimento no futebol. 20 milhões, ah, quem dera...

Cícero 'deixou' o Fluminense e vai jogar no São Paulo em 2017. (Imagem: Mailson Santana/Fluminense Football Club)

Entendido o fato do futebol precisar se livrar de contratos prejudiciais para investir, me questiono onde Cícero pode ser encaixado no quesito. Dono dos melhores números de toda a equipe em 2016, junto com Scarpa, o volante foi praticamente chutado de um Fluminense que possui Edson e Pierre (leia novamente os nomes) como opções imediatas após a sua saída. A alegação de jogador caro que produz muito pouco é completamente queimada quando se entra nos sites de estatísticas e é possível notar a importância que Cícero teve para que a gente pudesse sonhar com Libertadores em um determinado momento do Campeonato Brasileiro. Não se deixe levar por pensamentos mágicos. Não se deixe levar por discursos populistas e ultrapassados de que jogador bom é jogador que quebra a canela do adversário e dá bico pra frente depois que rouba uma bola. Jogador bom é jogador que produz. Cícero valia cada centavo dos seus 500 mil e seria muito importante em 2017. Por sinal, é a segunda vez que ele se destaca e no ano seguinte arrumam uma forma de se livrar do jogador com vencimentos altos. Volante é uma posição ingrata. Faz muito e dizem que você não faz nada. Jogado fora o argumento de jogador com custo-benefício ruim, muitos dos defensores das atitudes incoerentes de quem gere o clube há mais de seis anos alegam que Cícero era jogador problema, desagregador e sem sangue. Esse tipo de defesa só expõe a falta de capacidade para gerir um elenco com firmeza e competência. A não ser que existam motivos para o jogador se rebelar, como não pagar o que é direito dele como empregado. Quem não cumpre com seus compromissos, de fato não é respeitado. Portanto, a saída de Cícero, de graça e ainda por cima pagando 30% do salário para o São Paulo usufruir de suas qualidades, é um dos acontecimentos mais patéticos e catastróficos de nossa história. Piada em qualquer mesa de conversa sobre futebol. Cabe ao torcedor, com sorriso amarelo e sem graça, tentar explicar essa atrocidade cometida pela nova gestão. Que seja a única, pois para esse tipo de coisa, não existe mais um pingo de paciência, pois Peter e seus VPs e diretores de futebol levaram tudo.

É preciso olhar com seriedade e calma para um time em construção e que vai precisar de tempo para mostrar seu potencial. Estamos abaixo de muitos times que começam 2017 prometendo um grande ano. É óbvio também que se trata de um relacionamento com dois lados. Quem está do outro lado não pode apenas contar com nossa boa vontade e não mostrar que trabalha duro para melhorar o que hoje não está bom. Pode começar fechando com um novo fornecedor de material esportivo, por exemplo.

Vamos com calma para 2017. Sem expectativas altas, mas também sem pintar o fim do mundo. Diferente dos outros anos, agora temos tudo novo. Então, que se faça um esforço para esperar as coisas tomarem forma.

Autor: Clayton Mello

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